Tem artista que faz sucesso num lugar do mundo e não vinga tanto em outro.
Tipo o Bruce Springsteen que é fodão, o Heart que é bacanudo mas são muito coisa só de americano. E lembrando deles, fiz um top 5 de quem é incrível e, sabendo ou não o porquê, é anônimo, indie ou pouco conhecido por aqui.
Mas, acredite, não devia.
1 | The cult: um ritual de rock que o Brasil precisa descobrir
The Cult é aquela banda que parece ter saído de uma cerimônia mística, misturando post-punk, gothic rock e uma pitada de hard rock. Ian Astbury, com sua voz hipnotizante, e Billy Duffy, mestre das guitarras, criaram hinos como “She Sells Sanctuary” e *Fire Woman”. Já abriram para Guns N’ Roses, banda aliás, que depois levou o Matt Sorum, o vocalista já fez tour com o Doors (único substituto possível de Jim Morrison) e até tocaram no Brasil outro dia.
Pois é, mas enquanto o mundo os reverencia, no Brasil eles ainda são um segredo bem guardado.
Comece ouvindo: Revolution
Álbum essencial: Love
Para quem gosta de: Skid Row e Sisters of Mercy. Na mesma proporção.
2 | Echo & the bunnymen: os poetas pós-punk do Reino Unido
Se você acha que Liverpool só deu Beatles ao mundo, conheça Echo & the Bunnymen. Liderados por Ian McCulloch, eles são os mestres do pós-punk melódico com faixas épicas como “The Killing Moon” e “Lips Like Sugar”.
No Brasil, eles ainda estão na sombra do mainstream, mas deveriam ser trilha sonora obrigatória para noites introspectivas. Aliás, têm uma história doida de quando tocaram em 2002 no Festival de Alegre, no Espírito Santo e ninguém sabia quem era. O prefeito disse que os incluiu no lineup porque não conseguiu levar o Roxette.
Comece ouvindo: Killing moon
Álbum essencial: Porcupine
Para quem gosta de: Smiths
3 | Portishead: trip-hop cinematográfico que merece mais luz
Portishead é o equivalente musical de um filme noir: sombrio, intrigante e cheio de mistério. Com Beth Gibbons nos vocais etéreos e Geoff Barrow na produção engenhosa, eles criaram o álbum “Dummy”, que soa como uma trilha sonora sem filme. Eles chegaram ao ponto de criar seus próprios vinis para samplear e depois destruí-los (quem faz isso?). Apesar de terem hits como “Glory Box”, a banda nunca foi sobre comercialismo; eles preferem o lado artístico da música. No Brasil, trip-hop ainda é nicho, mas Portishead merece ser ouvido em cada café alternativo ou playlist de fim de tarde chuvoso.
Comece ouvindo: Sour times
Álbum essencial: Live in the Roseland NYC
Para quem gosta de: sons classudos
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4 | Ryan adams: o camaleão musical esquecido por aqui
Ryan Adams é um dos compositores mais prolíficos da música americana, com 22 álbuns lançados e colaborações que vão de Willie Nelson a Taylor Swift. Ele mistura rock alternativo com country em faixas introspectivas como “Come pick me up” e “New York, New York”.
Uma história legal sobre sua arte é que em 2001, quando o U2 lançou All that you can't leave behind, Bono brincou que se alguém lançasse uma canção melhor que as suas ele a cantaria. No mesmo ano, acabou num dueto com o The Corrs em “Stars goes blue”. Música, no caso, de Ryan Adams.
Comece ouvindo: Come pick me up
Álbum essencial: Gold
Para quem gosta de: Dylan, Neil Young e folks tristes
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5 | Nevermore: heavy metal com pegada thrash e alma literária
Nevermore não é apenas uma banda; é uma experiência sonora intensa que mistura thrash metal com elementos progressivos e letras poéticas. Warrel Dane (que também era chef!) liderava a banda com vocais poderosos enquanto Jeff Loomis fazia mágica na guitarra.
E bem, o nome da banda é claro que remete a Edgar Allan Poe e eles tinham uma pegada mais literária nas letras e um instrumental pesadíssimo com vocais entre furiosos e melódicos.
Como curiosidade, Dane faleceu em São Paulo em 2017, devido a um infarto agudo do miocárdio enquanto gravava seu segundo álbum solo.
Comece ouvindo: Believe in nothing
Álbum essencial: Dead heart in a dead world
Para quem gosta de: vocais sombrios, riffs ganchudos e peso, muito peso
Pearl Jam